sexta-feira, 3 de março de 2017

O perigo representado pelos "inocentes" corticoides tópicos.

Quem nunca teve uma coceirinha localizada, um machucado feio na pele ou uma alergia e usou aquela pomada que quase que milagrosamente melhorou tudo? Pois é, provavelmente você utilizou um corticoide tópico, que estão entre um dos medicamentos mais consumidos dentro da farmácia, e são usados para uma infinidade de problemas na pele, destacando-se as alergias, coceiras, picadas de inseto e certos machucados.

Os corticoides agem inibindo a enzima fosfolipase A2 que promove a produção de substâncias pró-inflamatórias, que são responsáveis pelos processos alérgicos e inflamatórios. Eles são utilizados via oral para um infinidade de doenças, atuando como imunossupressores também (ou seja, diminuem a atividade do sistema imune). No caso da via tópica, eles são utilizados principalmente nos problemas inflamatórios da pele, sendo também utilizados associados a um antifúngico e/ou antibacteriano para diminuir a vermelhidão no local da infecção.

Os principais corticosteroides tópicos utilizados no Brasil são: 


  • Hidrocortisona.
  • Dexametasona (associado à antifúngicos e antimicrobianos).
  • Halcinodina.
  • Betametasona.
  • Prednicarbato.
  • Fluocinolona (associado à hidroquinona e tretinoína).


A única diferença entre os corticoides tópicos reside na sua potência e número de aplicações por dia, onde a desoximetasona é de alta potência e a fluocinolona e hidrocortisona sendo de baixa potência.

O uso recomendado para os corticoides é para no máximo 14 dias, e se for extrapolado esse período de tempo, as reações adversas aos corticosteroides podem ser presentes e são tempo-dependentes (quanto mais dias de uso, mais efeitos adversos). Os principais efeitos adversos ao longo uso dos corticosteroides são: 



  1. Telangiectasia: é o aparecimento de vasos calibrosos sob a pele, que ocorrem principalmente quando os corticoides são utilizados em áreas de pele mais mais fina como o rosto. Infelizmente esses vasos só podem ser desfeitos por meio de lasers específicos e o tratamento é muito caro.                                                                                                                                                  
                                                                                  
  2. Atrofia por esteroides na pele: a pele torna-se mais fina, delgada e seca, sendo difícil a reversão quando ela chega nesse estado, sendo o uso de peelings uma alternativa para reverter parte da atrofia. Áreas do rosto, mãos e nádegas são as mais afetadas.                                                                  
  3. Aumento das infecções: por ser um imunossupressor, os corticoides inibem a ação local das células de defesa contra fungos e bactérias, debelando dermatoses infecciosas localizadas, além de retardar a cura de feridas.                                                                                                                            
  4. Estrias: as estrias podem ocorrer como resultado da atrofia da pele, e ocorrem principalmente em áreas de maior tensão, como pernas e nádegas.                                                                             


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