sábado, 23 de fevereiro de 2019

O cetoconazol como uma importante arma contra a calvice

O cetoconazol foi descoberto na década de 80 como uma alternativa para o tratamento de infecções fúngicas; porém, uma outra propriedade tem chamado a atenção, principalmente no que diz respeito a calvice masculina, pois foi constatado que o cetoconazol possui propriedades antiandrogênicas. O primeiro relato foi corroborado em 1998, quando um pequeno grupo de homens que sofriam com a alopécia androgenética foi tratado com shampoo de cetoconazol 2% de 2-4 vezes por semana. No total, foram 39 homens estudados entre 21 - 33 anos com grau III de AAG. Os resultados foram promissores: os número de novos fios e fortalecimento dos já existentes foi notório em 6 meses de tratamento, atingindo o pico máximo de crescimento ao 15° mês.

O cetoconazol tem a capacidade de bloquear a síntese de testosterona, sendo utilizadas altas doses por via oral em alguns pacientes com câncer de próstata em estado avançado, o que chamou a atenção de diversos pesquisadores.

Um dos estudos mais bem sucedidos com o cetoconazol foi feito no Japão. Seis japoneses participaram da pesquisa e todos possuíam um grau elevado de calvice. Eles tinham entre 23 - 51 anos. Nesse estudo foi utilizada uma loção capilar de cetoconazol 2% ao invés do shampoo. A loção foi usada diariamente, sendo obtidos resultados surpreendentes.

Foi constatado, também, que a interrupção do tratamento provocou uma nova queda capilar após 3 meses de retirada, voltando a crescer novos fios assim que o tratamento é reiniciado.



As quatro primeiras fotos retratam um paciente com 23 anos de idade. Na foto C o paciente ficou 3 meses sem utilizar a loção. As duas últimas são de um paciente com 25 anos.


A maioria dos estudos com o cetoconazol obtiveram bons resultados; porém, todas as pesquisas utilizaram uma pequena amostra de pacientes. 

É importante o fornecimento de mais dados e com um maior número de participantes para que a substância seja validada no meio científico. O grande problema reside na falta de interesse da industria farmacêutica em relação ao cetoconazol, pois não é possível patentiá-lo; ou seja, não haveria uma carga de lucro exorbitante com a sua venda, já que o cetoconazol possui a patente vencida. 

No Brasil, não há uma loção capilar de cetoconazol. Além disso, o uso diário do shampoo com o objetivo de reverter a calvice pode trazer alguns problemas, principalmente para quem possui o cabelo mais comprido. Dentre esses problemas estão o ressecamento excessivo do cabelo, bem como a mudança da sua textura.



quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Pancreatite aguda: saiba como identificar os sintomas em casa.

Função do pâncreas

O pâncreas é um dos órgãos mais importantes do nosso corpo e ele desempenha duas funções orgânicas indispensáveis: a digestiva e a hormonal (insulina e glucagon).

O controle glicêmico do nosso organismo é feito mediante a liberação de um hormônio pancreático chamado insulina que tende a baixar os níveis de açúcar (glicose) em nosso sangue. Em contrapartida esse mesmo órgão produz o glucagon, um hormônio que libera glicose do fígado quando os níveis corpóreos de açúcar encontram-se muito baixos, fazendo com que a glicose, uma molécula essencial para o nosso organismo, não fique em excesso ou em falta.

O pâncreas ainda possui uma função digestiva, onde libera enzimas como a amilase que auxilia na quebra do amido (um tipo de açúcar) e a lipase que auxilia na quebra e digestão das gorduras.

Sem o pâncreas morreríamos pela falta de controle glicêmico ou deficiência na captação de açúcares e gorduras, pois essas substâncias são essenciais na obtenção de energia pelo nosso organismo para que possamos realizar as mais diversas atividades cotidianas, como correr ou andar; mas vale lembrar que o excesso na ingestão tem efeitos danosos como o surgimento da diabetes ou placas de gordura nas artérias do coração.


Pancreatite

A pancreatite aguda é um mal que geralmente se inicia de forma repentina e que causa intensas dores na região da pélvica, sendo um dor, na maioria das vezes, insuportável e que piora ao toque na região. Possui tratamento fácil; porém, se não tratada, poderá ocasionar a morte do doente. Certa condições facilitam o parecimento da pancreatite e iremos lista-las abaixo.

O Brasil é um dos países com mais casos casos de pancreatite no mundo, perfazendo uma taxa de 15,9 casos por 100.000 habitantes; ou seja, um total de mais de 30.000 casos por ano, fazendo dela uma doença bastante comum.

A pancreatite pode ser confundida com diversas outras patologias que afetam o sistema gastrointestinal, tais como a colelitíase (as famosas pedras na vesícula) ou apendicite; e, em menor grau, é parecida com a pielonefrite ou o acúmulo de gases intestinais; por isso, o diagnóstico de pancreatite é um pouco desafiador.

A dor relacionada a pancreatite possui alguns padrões, como o fato dela ser de início agudo e ser bem insuportável. A dor, em si, afeta o lado superior esquerdo da barriga e a região do umbigo. Algumas vezes, de forma rara, ela poderá ser indolor. Dependendo da gravidade, as dores podem irradiar para o peito ou costas, podendo ocasionar dores e vômitos que pioram quando o paciente está na posição de supino (deitado de barriga para cima).

A causa da pancreatite reside na obstrução do canal pancreático por meio das pedras de colesterol produzidas na vesícula. A obstrução do canal faz com que as enzimas digestivas amilase e lipase não saiam do pâncreas e fiquem retidas no órgão. Com isso o pâncreas é digerido por suas próprias enzimas, o que ocasiona a chamada pancreatite aguda.

Os maiores fatores de risco para a pancreatite são o alcoolismo, a diabetes e o colesterol alto. Somados juntos, perfazem mais de 90% dos casos.

Diagnóstico

O diagnóstico é simples e pode ser feito laboratorialmente. É medido a concentração de duas enzimas importantes: a amilase e a lipase sanguíneas. Se ambas estiverem com elevação superior a 03x em relação aos valores de referência pode-se dizer que trata-se de um caso de pancreatite aguda. A lipase é ainda mais "certeira" no diagnóstico, pois é mais específica para o pâncreas e suas concentrações duram mais tempo na corrente sanguínea. Se apenas a amilase estiver aumentada, o diagnóstico de pancreatite não poderá ser confirmado com clareza.

Para a lipase o valor de referência é 13-60 U/L (maiores de 18 anos).
Para a amilase o valor de referência é 60-160 U/dL (todas as idades).

Tratamento

O tratamento é bem simples. Basta serem evitados o consumo de alimentos ricos em gorduras ou amido no período em que a pancreatite estiver atacando, pois ao ingerir produtos gordurosos ou ricos em amido ocorrerá, por consequência, a produção de mais lipase e amilase pelo pâncreas, o que danificará o órgão mais ainda.  O ideal é ir para um hospital a fim de receber a alimentação por meio parenteral (através da veia), evitando, dessa forma, a produção das enzimas digestivas
e prevenindo adicionais danos ao órgão até que a pedra que está obstruído o canal pancreático saia por si só.

Fontes: https://www.aafp.org/afp/2014/1101/p632.pdf

domingo, 10 de dezembro de 2017

HIV: o que você precisa saber.


Sem dúvidas, o HIV é muito temido pelos jovens; mesmo assim, o número de casos tem crescido a cada ano. Segundo um relatório da UNAIDS, cerca de 36,7 milhões de pessoas vivem com o HIV, onde mais de 25 milhões encontram-se na África. A África do Sul é o país com mais pessoas vivendo com o vírus HIV, cerca de 7,2 milhões, correspondendo a mais de 10% da sua população e a mais de 20% da sua população adulta. A Botswana é o país mais afetado em porcentagem, com 36% da sua população convivendo com o vírus.

O Brasil tem cerca de 830 mil que convivem com o vírus HIV (dados de 2016), possuindo uma baixa incidência na população (cerca de 0,4-0,5%) graças ao seu amplo programa de prevenção que inclui testes rápidos, fornecimento da medicação antirretroviral de forma gratuita e acompanhamento médico e psicológico para aqueles que vivem com o vírus.



Vias de transmissão

O vírus HIV é transmitido via sexual, vertical (da mãe para o bebê durante o parto) e por transfusão sanguínea. Lembrando que há uma enorme diferença entre viver com o vírus HIV e ter o quadro clínico da AIDS. A AIDS é o resultado de um longo período de queda na contagem dos linfócitos CD4 (células especializados no auxílio e combate as infecções). A síndrome da imunodeficiência adquirida aparece apenas 8-12 após o contágio. 

Segundo o CDC (Clinical Infectious Diseases) existem diferenças no risco de contaminação dependendo dos meios de risco.

Por meio dos dados do CDC, é notório afirmar que a transfusão sanguínea feita de alguém que possui o vírus para alguém que não o tenha é de fato o maior fator de risco para se adquirir o HIV, havendo a probabilidade de 9.250/10.000 exposições; ou seja, 92,5% de chances.

Abaixo estão listados os fatores de risco e a sua probabilidade de infecção.


  • Transfusão sanguínea: 9.250/10.000
  • Compartilhamento de siringas: 63/10.000
  • Sexo anal com o parceiro sendo o receptivo (passivo): 138/10.000
  • Sexo anal com o parceiro sendo o ativo: 11/10.000
  • Risco via pênis-vagina (risco passado à mulher): 8/10.000
  • Risco via vagina-pênis (risco passado ao homem): 4/10.000
  • Sexo oral ativo ou receptivo: risco baixo (não mensurável).
  • Compartilhamento de brinquedos sexuais: negligenciável.


Como pode-se notar, de todas as práticas sexuais, o sexo anal receptivo ou ativo é a que mais traz riscos quando não se é usado o preservativo. Isso acontece pelo simples fato da mucosa intestinal ser muito fina e bem irrigada pelo sangue, o que facilita o aparecimento de sangramentos no local, promovendo mais facilmente a captação do vírus HIV. Lembrando que escoriações podem ocorrer no tecido vaginal e peniano da mesma no sexo heterossexual, onde o compartilhamento de fluídos e sangue pode acontecer, levando a infecção viral caso um dos parceiros possua o vírus e não esteja fazendo o tratamento. 



Ciclo viral

O vírus HIV é um vírus encapsulado de DNA da família Retroviridae. Sua sobrevivência fora do corpo humano é muito baixa, não durando uma hora completa fora da corrente sanguínea. Sua penetração no organismo se dá por qualquer via que o permita alcançar a corrente sanguínea do hospedeiro. Doenças sexualmente transmissíveis concomitantes, tais como gonorreia ou sífilis, bem como machucados na região genital, facilitam a entrada do HIV. 


O que o HIV pode causar? E qual a diferença entre AIDS e HIV?

O vírus HIV provoca a sua ação de uma forma indireta. Ele ataca e destrói os chamados linfócitos T CD4, que são as células de defesa mais importantes do nosso organismo contra vírus, fungos e bactérias, além de evitar o aparecimento de células malignas que possam se transformarem em câncer. 

Sem os linfócitos T, o seu organismo não consegue estabelecer uma resposta imunológica eficiente contra a invasão por microrganismos, fazendo com que eles proliferem de forma desenfreada, o que faz com que o doente seja acometido por um grande número de doenças infecto-contagiosas as quais não afetariam um indivíduo imunocompetente.

A AIDS nada mais é do que o aparecimento dessas doenças oportunistas. Se elas não aparecerem, o indivíduo apenas possui o vírus em sua corrente sanguínea.


Fases do HIV

O vírus HIV possui três fases: a aguda, a latente e a de AIDS. Cada uma tem as suas particularidades e probabilidades de disseminação. Veja abaixo as fases:


  • Fase aguda (primária): após um indivíduo se infectar com o vírus, ele terá um quadro clínico que pode aparecer após 15 dias ou 30 dias depois da infecção. Na fase aguda o HIV começa a se replicar desenfreadamente, onde a concentração de linfócitos T sanguíneos começam a cair por causa do vírus, provocando um estado de imunodeficiência com a liberação de diversas citocinas imunológicas pelo organismo do hospedeiro. Isso acarretará no aparecimento de sintomas parecidos com o da gripe, tais como a febre, manchas vermelhas no corpo, mal estar e diarreia. Muitas vezes esses sintomas são negligenciados, pois se assemelham com um resfriado/gripe. Nem todos os infectados apresentam esse conjunto de sintomas, podendo apresentar apenas parte deles. É na fase aguda, onde a concentração de vírus HIV está mais elevada, que ocorrem a maior parte das transmissões.


  • Fase de latência: a quantidade de vírus começa a cair após 3 meses, permanecendo constante até o 8º ou 12º ano após a infecção. Nessa fase de latência clínica o indivíduo segue normalmente sem apresentar qualquer sintoma da doença. O nível de transmissão nessa fase é mais baixo se comparado com a fase aguda, porém não é inexistente. Durante esse período, o número de linfócitos T  CD4 inicia um declínio constante. 


  • Fase da AIDS: é a última fase do ciclo do HIV, onde ocorre uma explosão na replicação viral e queda dramática no número de linfócitos T, promovendo o aparecimento de doenças oportunistas, tais como a tuberculose, pneumonias, candidíase oral e genital severas. Além disso, a doença é acompanha por picos febris, sudorese e emagrecimento acentuado. A perda da função renal e da consciência são bastante comuns nas fases avançadas. Geralmente, os pacientes morrem devido as doenças oportunistas, principalmente meningite, tuberculose e pneumonias. 



Porque é tão difícil obter uma cura contra o HIV?

O HIV é um vírus de DNA. Isso quer dizer que para ele poder se replicar e sobreviver, ele precisa se inserir no DNA da célula hospedeira; ou seja, ele se liga no DNA do linfócito T. Quando o seu material genético é inserido dentro da célula, ele fica em um estado de latência, escondido do sistema imune. Adicionalmente, o HIV induz uma resposta débil por parte das outras células do sistema imune (principalmente os linfócitos CD8 e NK), prejudicando a sua erradicação. 


Quais os tratamentos?

Os antirretrovirais são a única terapia anti-HIV, mas eles não eliminam o vírus do organismo, pois o seu DNA fica guardado dentro do linfócito T sob o estado latente; entretanto, eles bloqueiam a transmissão do vírus para as células não infectadas, além de atuar diminuindo a carga viral consideravelmente (ela fica indetectável), fazendo com que a contagem de linfócitos T volte ao normal. 

No Brasil, a combinação diária de tenofovir + lamivudina + dolutegravir é a mais utilizada para o HIV do tipo 1, enquanto que a combinação tenofovir + lamivudina + darunavir + ritonavir é a mais utilizada para o HIV do tipo 2.

Os efeitos adversos são, geralmente, passageiros e são bem limitados, tais como distúrbios gastrointestinais, alucinações, mal estar, depressão e insônia, e ocorrem no inicio do tratamento. A carga viral torna-se indetectável depois de 12-24 semanas; se porventura o paciente tratado abandonar o tramamento, a carga viral voltará a crescer desenfreadamente em um prazo de 10-15 dias. 


Como evitar o HIV?

A grande maioria já sabe que o uso de preservativos, seja o feminino ou o masculino, são um dos meios de prevenção em relação ao HIV. Recentemente, a PrEP, uma terapia antirretroviral que é fornecida para pacientes que não possuem o hiv com o objetivo de evitar a disseminação do vírus já é fornecida pelo SUS. Essa terapia se mostrou tão eficiente quanto a camisinha no quesito prevenção.


Como diagnosticar?

Os testes rápidos são disponíveis em todos os postos de saúde e são ofertados gratuitamente. Eles são também presentes em tendas de grandes eventos festivos como o carnaval.
Vale lembrar que os testes rápidos são baseado na produção de anticorpos anti-HIV, e esses anticorpos só aparecem após um mês da possível infecção. O recomendável, então, é fazê-lo 30 dias após a relação de risco.

O resultado definitivo é apenas confirmado por meio de testes mais sofisticados, tais como o western blot, imunofluorescência indireta, imunoblot ou PRC, que são mais caros e apenas realizados quando os testes de triagem dão positivo.


quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Staphylococcus aureus: uma ameaça que você deveria conhecer

Dificilmente você deve ter ouvido falar dele, mas o Staphylococcus aureus é uma bactéria que está e estará presente até o final de nossas vidas. A bactéria em si você pode não conhecer, mas com certeza já conhece algumas das doenças que ela pode provocar.

Na infância é bem comum o aparecimento de infecções cutâneas provadas pelo S. aureus. O impetigo bolhoso e o não bolhoso é uma delas e geralmente acontece durante a infância, onde o aparecimento de bolhas purulentas, dor no local e machas vermelhas com o aparecimento de crostas em um padrão que afeta mais as regiões da face, braços e peitos, dão fortes indícios do acometimento do indivíduo por essa doença. A febre nesse caso pode ou não aparecer, mas geralmente é branda.

A celulite é uma outra doença provocada por essa bactéria, sendo mais profunda, produzindo vermelhidão, inchaço e dor no local com ou sem febre. Geralmente os idosos são os mais acometidos devidos aos seus hábitos higiênicos mais precários.

Para os adultos, e principalmente para aqueles que se depilam, o aparecimento da foliculite está bem correlacionada com o crescimento exacerbado de S. aureus na região depilada, principalmente nas virilhas, pernas e axilas. Se não tratada, a foliculite pode evoluir para um furúnculo que tende a ser maior em tamanho, ocasionado dor aguda no local, sendo quente e produzindo grande quantidade de pus.

Furúnculo

Celulite bacteriana

Foliculite

Impetigo


Porque o Staphylococcus aureus pode ser tão perigoso?

O S. aureus é comensal na nossa pele, ou seja, ele é uma bactéria que reside normalmente no nosso tecido cutâneo. Ele se concentra principalmente em nossas narinas, que são o seu nicho principal. 

Porém, quando o S. aureus cresce desenfreadamente, ele passa a ocasionar problemas ao nosso organismo acometendo principalmente a nossa pele. Entretanto, são os outros riscos que ele pode trazer que são os mais alarmantes. O S. aureus pode provocar um grande conjunto de doenças sistêmicas, tais como bacteremia, meningite, pneumonia e endocardite. Na bacteremia podemos ter algo chamado de coagulação intravascular generalizada, onde  a presença da bactéria pode induzir a formação generalizada de trombos dentro da circulação sanguínea causando o entupimento de artérias importantes podendo provocar infarto agudo no miocárdio, AVCs, insuficiência renal aguda e embolia pulmonar aguda que são fatais e levam à morte. A meningite pode levar à falência o funcionamento do cérebro devido a necrose e ao edema provocado por essa bactéria, sendo fatal se não tratado. A pneumonia é geralmente debilitante, podendo provocar edema pulmonar e parada cardiorrespiratória, além de facilitar o aparecimento da bacteremia. A mortalidade provocada pela pneumonia induzida por S. aureus chega a ser superior a 20%. A endocardite ocorre geralmente após o aparecimento da bacteremia  e pode ser altamente perigosa se há destruição do tecido muscular cardíaco, o que pode provocar infarto e morte aguda. 

Outro grande problema com essa bateria se deve a sua ampla resistência à maioria dos antibióticos utilizados. Antigamente o S. aureus era sensível à penicilina benzatina (benzetacil), mas hoje em dia ele conseguiu se tornar resistente à todas as penicilinas terapeuticamente mais poderosas (amoxicilina, cefalexina, imipenem, meropem, ceftriaxona, flucloxacilina, cefalotina, oxacilina, ampicilina e outras). Além disso, ele também conseguiu adquirir resistência contra outros fármacos que eram de escolha para as cepas resistentes, tais como eritromicina, claritromicina, clindamicina, cotrimoxazol e dentre outros, perfazendo o chamado Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA), que é uma versão mais "evoluída" da bactéria sendo mais nociva e resistente aos antibióticos. 

O chamado Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) que antes estava restrito ao ambiente hospitalar agora está acometendo cada vez mais pessoas que nem se quer chegaram a adentrar um hospital. Pouquíssimos antibióticos conseguem tratar o S. aureus MRSA. A vancomicina, o cloranfenicol e  a daptomicina são um dos poucos que conseguem ter atividade anti-MRSA, e eles são geralmente mais tóxicos e restritos ao uso hospitalar. 

Cientistas explicam que o surgimento do S. aureus MRSA é devido ao mal uso dos antibióticos, onde o seu uso excessivo e indiscriminado acabou criando cepas bacterianas mais resistentes e nocivas. Isso não só aconteceu com o S. aureus, mas também aconteceu com outras bactérias tais como Escherichia coli e Klebsiella pneumoniae.

Vegetações contendo aglomerados de S. aureus em um coração infartado.


Quais os fatores de risco para o aparecimento de doenças graves provocadas por S. aureus

  • Hábitos de higiene precários
  • Pacientes imunossuprimidos
  • Hábito de cutucar o nariz frequentemente (o principal nicho da bactéria é lá)
  • Feridas na pele que demoram a cicatrizar
  • Cortes profundos e extensos na pele
  • Uso indiscriminado de antibióticos ou o uso prolongado dos mesmos.


Como diminuir as infecções da pele pele S. aureus?

  • Higienizar a pele utilizando sempre sabonetes
  • Se depilar no sentido do pelo, evitando o uso de pomadas ou substancias que tampem os poros cutâneos. Utilizar apenas hidratantes ou substancias aquosas (bem líquidas) que tenham função relaxante para a pele (o ideal mesmo seria apenas aparar ou não se depilar).
  • Utilizar um barbeador de qualidade e que irrite menos.
  • Lavar as mãos sempre que necessário (antes e após usar o banheiro, antes das refeições e quando chegar em casa).


segunda-feira, 10 de julho de 2017

Hipotiroidismo: como identificar?

O hipotireoidismo é uma doença geralmente silenciosa que pode ou não ser sintomática. Estudos feitos no Brasil mostram uma prevalência girando em torno de 4-8%, afetando mais as mulheres do que os homens. A doença pode trazer complicações principalmente para o sistema circulatório e neuronal, tendo elevado índice de morbidade se não tratada.

O hipotireoidismo ocorre quando a tireoide produz pouco T4 (tiroxina), o principal hormônio tireoidiano. Ou quando a produção está na dentro dos limites, porém acorre um aumento na produção do hormônio TSH. O diagnóstico de hipotireoidismo é clínico e laboratorial, ou seja, as reclamações ouvidas do pacientes juntamente com o resultado dos exames atestam o hipotireoidismo. 

Apenas 50% dos brasileiros sabem que tem a doença e fazem tratamento. Em populações como a idosa e a infanto-juvenil, a porcentagem dos que desconhecem ou não fazem nenhum tratamento muito mais elevada.


Função da tireoide e regulação dos seus hormônios.

A tireoide é um órgão situado na frente da laringe, no pescoço, sendo responsável pela produção de tiroxina (T4) e em menor escala da triodotironina (T3). A produção desses hormônios é controlado por mecanismos do tipo feedback

À nível cerebral, a pituitária (uma pequena glândula localizada no cérebro do tamanho da cabeça de um alfinete) produz um hormônio chamado TSH (Thyroid Stimulating Hormone). O TSH estimula a tireoide a produzir e a liberar os hormônios T4 e T3, sendo que o T4 é o mais liberado (cerca de 75% do volume). Na circulação sanguínea, o T4 é convertido em T3, que é a forma biologicamente ativa do hormônio.

No organismo o T3 tem uma meia-vida curtíssima e promove profundas mudanças biológicas, principalmente metabólicas, tais como aumento da temperatura, da frequência cardíaca, da pressão sanguínea, queda nos nível de colesterol e lipídios, queda no peso, melhora no humor e no nível de atenção, aceleração do processo de digestão e dentre outros. Quando ocorre uma diminuição nos níveis de T3, o organismo passa a sofrer um grande número de problemas metabólicos.



Diagnóstico do hipotireoidismo. 

O hipotireoidismo é diagnosticado pela junção das reclamações clínicas do paciente e por resultados laboratoriais. No nível clínico, o paciente geralmente reclama de intolerância ao frio, prisão de ventre, sono durante o dia, pele seca, sensação de cansaço constante, ansiedade, depressão, aumento de peso e inchaço. Geralmente o colesterol e o LDL (mal-colesterol) encontram-se elevados e os batimentos cardíacos diminuídos (bradicardia). 

Ao exame laboratorial, os níveis de TSH encontra-se elevados (acima de 4,5 mU/L) e os níveis de T4 estão baixos (abaixo de 1,4 mU/L), podendo assim ser chamado de hipotireoidismo evidente. Existe também o hipotireoidismo subclínico, que é aquele ao qual o paciente tem poucos sintomas e os níveis de T4 estão normais, porém os níveis de TSH encontra-se elevados. No hipotiroidismo subclínico a pituitária tenta produzir muito TSH para que os níveis de T4 não fiquem abaixo do normal, mas às vezes isso nem é o suficiente para evitar a queda, provocando dessa forma o chamado hipotireoidismo evidente, como mencionado anteriormente. 

Uma das principais causas de hipotireoidismo é o ataque auto-imune da tireoide pelas nossas próprias células de defesa ocasionando uma perda total/parcial da tireoide, sendo permanente na maioria das vezes. Por isso muitos médicos pedem exames complementares como o aTPO (anticorpos antitireoperoxidase) e o aTg (antitireoglobulina) para confirmar se a doença é auto-imune. Ela pode ser idiopática (sem causa definida) ou após alguma infecção bacteriana ou viral das vias aéreas.



A segunda maior causa é devido a baixa ingestão de iodo na dieta. O iodo é essencial para a produção dos hormônios tireoidianos e sem ele, não há produção de T3 e T4. Uma característica da deficiência de iodo é o bócio, que é um aumento da tireoide caracterizado por baixas concentrações de iodo e hormônios tireoidianos e uma alta concentração de TSH. O bócio é visível e facilmente diagnosticado, mostrando uma protuberância evidente na região do pescoço. O tratamento é simples, feito à base de suplementação com o iodo. Geralmente o iodo já vem suplementado em diversos alimentos, e no Brasil ele é encontrado principalmente no sal de cozinha, sendo naturalmente encontrado em algas marinhas, peixes e leite. Porém, o excesso de iodo na dieta também pode provocar o hipotireoidismo auto-imune por um mecanismo ainda desconhecido. Então nem devemos ter o iodo em baixa e nem em excesso, obtendo apenas a faixa ideal de sua concentração.

Mulher com bócio evidente


Por vezes o médico pode solicitar um exame para avaliar a concentração de iodo por meio de coleta de urina para verificar se há uma deficiência ou uma hiper suplementação desse mineral.


Tratamento

O tratamento é bem simples e muito eficaz, com resultados sendo alcançados com no máximo um mês de terapia. A substituição hormonal é o único tratamento para aqueles que sofrem com o hipotireoidismo, sendo a tiroxina (T4) o hormônio de escolha. O uso da triodotironina (T3) não é recomendada devido a ausência de comprovada eficácia e o uso de múltiplas doses diárias. A combinação entre T4 e T3 é raramente usada, e quando usada, trata casos peculiares e refratários de hipotireoidismo. O objetivo do tratamento é a diminuição dos sintomas clínicos e o retorno aos níveis normais de TSH, T4 e T3. Geralmente, os sintomas cognitivos tais como cansaço, depressão, ansiedade e perda de memória levam um pouco mais de tempo para desaparecerem em alguns pacientes, porém eles apresentam melhoras significativas ao início da terapia.


O que acontece se eu não tratar?

Devido as alterações vasculares e o aumento na carga de lipídeos e colesterol, pacientes com hipotireoidismo estão mais predispostos a terem infartos cardíacos e derrames cerebrais bem como problemas renais, tais como insuficiência renal. A predisposição ao diabetes é maior nesses pacientes. O desenvolvimento da depressão pode ser um dos fatores que mais comprometem a qualidade de vida do doente, sendo resistente se não tratada. A diminuição em outras habilidades cognitivas tais como a memória pode ser significativa. Quando o hipotireoidismo ocorre na infância, esse terá que ser tratado urgentemente, pois o hipotireoidismo é associado com retardo mental.


domingo, 2 de julho de 2017

A obesidade na infância pode prejudicar o desenvolvimento sexual masculino pré-púbere.

A obesidade infantil tem se tornado um problema cada vez mais real e está abrangendo um número cada vez maior de crianças. Sedentarismo, vida virtual e fast-foods são os três pilares para essa epidemia de obesidade infantil. 

Nos EUA, 17,4% das crianças entre 2-10 anos são consideradas obesas, ou seja, mais de 8 milhões de crianças. O sobrepeso afeta aproximadamente 33,4% dessas crianças, atingindo quase 20 milhões delas, de acordo com dados coletados entre 2013-14, sendo uma das taxas mais elevadas do mundo. No Brasil, a obesidade infantil cresceu 10 vezes nos últimos dez anos, e é agora um problema de saúde pública. Cerca de 15% das crianças brasileiras já são consideradas obesas (taxa bem próxima à americana), sendo a região Sudeste a mais obesa do país, com 38,8% das crianças entre 5-9 anos já consideradas acima do peso, seguida pela região Sul, com 35.9%.

O excesso de gordura traz diversas comorbidades, tais como triglicerídeos e LDL altos, HDL baixo, risco de infarto e surgimento do diabetes, restrições na mobilidade, dores articulares, problemas respiratórios, apneia do sono, depressão e dentre outros. E quanto mais cedo a obesidade surge, mas cedo os problemas relativos a ela tenderão a aparecer.

Nos garotos, a obesidade pode fornecer um fator prejudicial adicional, impedindo o seu completo desenvolvimento sexual. 



Durante a pré-puberdade os níveis de testosterona sobem, provocando mudanças radicais no corpo do homem, tais como o aparecimento de pelos no corpo (na barba, axilas, peito, púbis etc.), engrossamento da voz, aumento do apetite sexual e agressividade, desenvolvimento do pênis, início da produção de espermatozoides, aumento do tônus muscular e desenvolvimento ósseo acarretando em um crescimento rápido.

Em garotos obesos, os níveis de testosterona permanecem abaixo do normal, sendo inversamente proporcionais à obesidade. Ou seja, quanto mais obesa a criança for, menos testosterona circulante ela terá. Os cientistas tem diversas explicações para esse fenômeno, sendo uma delas o fato de que a testosterona é um hormônio lipofílico. Isso quer dizer que a testosterona tem afinidade por gordura e fica preso na massa adiposa ao invés de ficar na circulação sanguínea. Outro fato é o de que o tecido adiposo na região da barriga tem uma enzima chamada de aromatase que converte a testosterona em estrógenos, que são um grupo de hormônios feminilizantes. Então, quanto mais obesa uma criança for, mais ela produzirá a enzima aromatase, e consequentemente mais testosterona será gasta para se produzir os estrógenos, fazendo com que haja pouca testosterona na circulação. Além disso, os estrógenos inibem a produção endógena de testosterona por meio de um efeito inibitório.




Os efeitos nos garotos na idade pré-púbere são evidentes, tais como o atraso no desenvolvimento sexual, bem como um baixo crescimento do pênis e a permanência das características infantis por um período de tempo mais longo. Quando o desenvolvimento sexual acontece, ele nunca é completo. Na questão da estatura, ocorre um efeito duplo: sem a testosterona os ossos não desenvolvem direito e a força da gravidade exercida pelo excesso de peso tende a comprimir os ossos, impedindo que eles cresçam. 

Nessas condições, o ideal é o acompanhamento médico e com um nutricionista, para a produção de uma dieta e de uma rotina de exercícios físicos para o adolescente. Durante o emagrecimento, os níveis de testosterona tendem a crescer até ficarem restaurados, possibilitando o completo desenvolvimento sexual do adolescente em fase pré-puberdade.  Isso ocorre porque mais testosterona está sendo liberada do tecido adiposo juntamente com a queda da atividade da enzima aromatase, fazendo com que menos testosterona se transforme em estrógenos, e impedindo os efeitos inibitórios do estradiol sobre a produção de testosterona.

Os baixos níveis de testosterona não só afetam os garotos obesos, afetando também aqueles em idade adulta. A obesidade é a segunda maior causa de hipogonadismo secundário em homens, levando a baixa circulação de testosterona. E como sublinhado anteriormente, uma dieta acompanhada de exercícios físicos tende a restaurar os níveis normais de testosterona no organismo.

terça-feira, 27 de junho de 2017

Você sabe para quem doar sangue ou de quem você pode receber?

O sangue é um líquido viscoso composto por células e diversos tipos de micro e macromoléculas. O sangue é, sem dúvidas, o transporte para a grande maioria dos nutrientes e oxigênio que o nosso corpo necessita, assim como é um meio de saída dos produtos indesejáveis excretados pelas nossas células. Dentre os principais compostos do nossos sangue  nós temos a glicose e o oxigênio, que são essenciais para o metabolismo celular, as partículas de triglicerídios, colesterol, as hemácias, o fibrinogênio, a água e as nossas células de defesa. Se a nossa circulação parasse subitamente, todo o nosso corpo iria à falência por falta de nutrientes, afetando principalmente os órgãos que mais dependem do fluxo sanguíneo como o coração, cérebro, fígado e rins.

As nossas hemácias compõe o mais numeroso grupo de células do nosso sangue e tem como função o transporte de oxigênio para os tecidos, regulação do pH e controle da pressão sanguínea. E são essas células as determinantes quando o assunto é doação de sangue. Cada hemácia possui um grupo de antígenos do conjunto ABO e Rh. As nossas células de defesa apenas reconhecem as hemácias com antígenos iguais as do hospedeiro. Ou seja, se uma hemácia tem o antígeno A, as nossas células de defesa só reconhecerão outra com o mesmo antígeno A.

Mas o que acontece se o sangue é doado entre duas pessoas com tipos sanguíneos diferentes? Se uma pessoa com o tipo A+ resolve doar para alguém do tipo B+,  as células de defesa do organismo - mediadas principalmente pela excreção anticorpos - irão atacar as hemácias com o tipo sanguíneo estranho, sendo representadas, neste exemplo, pelo tipo A+ que é estranho ao individuo do tipo B+. Quando as hemácias são atacadas, elas são hemolisadas (destruídas) em massa, acarretando em perda do transporte de oxigênio, vasodilatação generalizada com queda de pressão, urina escura devido a excreção em massa da hemoglobina das hemácias, febre, mal-estar, insuficiência renal, taquicardia e entupimento súbito de vasos que podem acarretar em morte.


Grupos sanguíneos

  • Tipo O negativo: esse tipo sanguíneo não tem nenhum antígeno em suas hemácias, nem do sistema ABO e nem do Rh, sendo considerado o tipo sanguíneo universal, podendo ser doado para pessoas de todos os tipos, pois nunca serão reconhecidos como estranhos ao organismo de quem quer que seja. Mas, esse tipo sanguíneo é o pior de todos para receber sangue, pois o sangue de quem tem O- não reconhece o antígeno de nenhum outro tipo sanguíneo, fazendo com que ele só receba de outro O negativo.
  • Tipo O positivo: esse tipo sanguíneo é considerado "semi-universal", pois ele pode ser doado para todos os tipos sanguíneos que são Rh+ (A+, B+, AB+ e O+). Apenas o próprio tipo O+ e o O- podem ser doados para pessoas com esse tipo sanguíneo, fazendo dele o segundo pior tipo sanguíneo para se receber transfusões.
  • Tipo A negativo: ele poderá ser doado apenas para aqueles que possuem o antígeno A e para ambos os fatores de Rh, tais como o A-, AB-, A+ e AB+. Contudo, quem tem o tipo sanguíneo A- só pode receber de A- e O-, sendo tão pior quanto o O+ para receber transfusões de sangue. 
  • Tipo A positivo: ele pode ser doado para A+ e AB+, podendo receber transfusões de O-, A-, A+ e O+
  • Tipo B negativo: ele pode ser doado para todos os tipos B e AB, independente do fator de Rh. Ou seja, para B+, AB+, B- e AB-, enquanto que recebe apenas de O- e B-, sendo um outro tipo sanguíneo com limitada cobertura para receber transfusões. 
  • Tipo B positivo: pode doar apenas para B+ e AB+. Ele pode receber transfusões de O-, O+, B+ e B-.
  • Tipo AB negativo: esse só pode ser doado para o grupo AB, seja Rh positivo ou negativo (AB+ e AB-). Como receptor, esse tipo sanguíneo pode receber de todos os sangues Rh+, ou seja, do O+, A+, B+ e AB+, sendo o segundo melhor tipo sanguíneo receptor.
  • Tipo AB positivo: esse apenas pode doar para quem é AB+, ou seja, é um péssimo doador. Porém, ele pode receber de todos os tipos sanguíneos, sendo o melhor receptor. 


Na tabela abaixo nós temos um resumo da compatibilidade sanguínea.




Fator Rh e gravidez

Outro fator importante é o Rh durante a gravidez. Mulheres que são Rh negativas podem ser reativas aos seus filhos quando estes são Rh positivos. Isso porque a mãe Rh negativa não reconhece o antígeno Rh positivo do filho, fazendo com que as suas células de defesa tentem atacar o feto.

Esse problema não é registrado durante a primeira gestação, onde a gravidez de uma mãe negativa com o seu feto positivo não acarretará em problemas. Mas durante o parto, o sangue do bebê se misturar ao materno, fazendo com que as células de defesa da mãe se tornem sensibilizadas e prontas para reagir à uma próxima gravidez (segundo filho). Se ela não tomar a vacina anti-Rh em até no máximo 72 horas após o parto, o segundo filho poderá sofrer uma ataque mediado por anticorpos maternos durante o seu nascimento, causando a chamada eritroblastose fetal, que é a destruição das hemácias do recém-nascido, sendo fatal na maioria das vezes.

Geneticamente, se um paí é Rh negativo e a mãe também o é, o filho será negativo também. Se o pai e a mãe forem positivos, o filho também nascerá positivo.

Em pais com o Rh divergente, onde o pai é negativo e a mãe é positiva, o filho nascerá ou com o negativo ou positivo, não havendo problemas.  Mas se o pai é negativo e a mãe positiva, o filho poderá nascer positivo (o que não reagiria) ou negativo (causando a reação).



Para descobrir o seu tipo anguíneo e o seu fator de Rh, basta ir em qualquer laboratório solicitando o exame de tipagem sanguínea, que é rápido e só utiliza uma única gota de sangue, custando entre R$ 3,00 - 10,00.